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O homem ou por cima do reator onde ocorreu a explosão quando ele ainda estava liberando radioatividade
Em abril de 1986, o que deveria ser um teste de segurança rotineiro na usina de Chernobyl, localizada na Ucrânia, se tornou o pior desastre nuclear da história da Humanidade quando uma série de erros humanos levaram à explosão de um reator.
O acidente gerou um incêndio que se estendeu por dias, período durante o qual uma grande quantidade de material radioativo foi lançado na atmosfera, contaminando o ar, o solo e os seres vivos em um raio de 20 quilômetros ao redor da usina.
Um detalhe importante é que 31 indivíduos faleceram em decorrência direta da explosão de Chernobyl, segundo os números oficiais. Entre 50 mil e 90 mil pessoas, no entanto, teriam falecido como consequência exposição à radiação liberada pelo desastre nuclear, de acordo com estimativas divulgadas pela IAEA (a Agência Internacional de Energia Atômica).
Isso, pois, o número de vítimas aumentou ao longo do tempo, à medida que a radioatividade interferia com sua saúde. O câncer, por exemplo, é uma doença comum entre aqueles que sobreviveram ao desastre de Chernobyl.
Muitas medições de radioatividade foram realizadas após o acidente no reator da usina, enquanto as autoridades soviéticas — na época, o território estava sob controle da URSS — tentavam entender as dimensões do episódio.
Uma dessas iniciativas foi protagonizada por Mykola Volkozub, um piloto militar que sobrevoou Chernobyl por três ocasiões diferentes naquele fatídico ano de 1986. O objetivo de suas arriscadas missões era descobrir qual o estado do reator naquele momento, como sua temperatura e a composição dos gases que eram liberados.
Algumas pessoas podem dizer que não têm medo, mas ninguém não têm medo. A única coisa é que as pessoas percebem o medo de forma diferente (...) Uma pessoa congela de medo, outra é atiçada por ele. Eu tinha que fazer aquilo [sobrevoar o reator]. Sabia que era perigoso", relembrou ele, então aos 87 anos, em uma entrevista de 2019 repercutida pelo NDTV.
Somando os três voos, seu tempo total ado sobre a usina nuclear foi de apenas 19 minutos e quarenta segundos. Ainda assim, Volkozub foi exposto a tanta radiação que, ao tentar medir a radioatividade presente em seu organismo com dosímetros após a missão, fez os equipamentos entrarem em pane.
Essa informação é ainda mais chocante levando em conta que houve grande preparo para a agem dele pela atmosfera de Chernobyl. Sua aeronave havia sido reforçada com placas de chumbo, por exemplo, que é fundamental à radioproteção devido ao seu efeito de blindagem. O próprio piloto, aliás, fez as viagens usando um colete feito com o metal.
Vinha me preparando. Foi um processo de preparação muito meticuloso. Fiz todos os cálculos para o helicóptero, seu peso, etc. As interações entre os tripulantes também foram muito bem planejadas", explicou.
Assim, quando sobrevoou o incandescente reator explodido, Mykola Volkozub estava calmo apesar do medo gerado pelos riscos da situação.
Em 2019, 33 anos depois, o piloto retornou à Zona de Exclusão para rever a paisagem devastada pela radiação. Muita coisa mudou ao longo das décadas, incluindo o próprio reator de Chernobyl, que foi coberto por uma enorme estrutura destinada a manter a radioatividade confinada no local.
Confira abaixo o trailer da série "Chernobyl", da HBO, que entrevistou o piloto: