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Nesta quarta-feira, 4, seria aniversário de Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como Lampião; veja curiosidades sobre o "rei do cangaço"!
Publicado em 04/06/2025, às 18h00 - Atualizado em 06/06/2025, às 07h19
No dia 4 de junho de 1898, há exatos 127 anos, nascia em Vila Bela, hoje chamada de Serra Talhada, em Pernambuco, Virgulino Ferreira da Silva — que ficaria mais conhecido na história do Brasil como Lampião, o "rei do cangaço".
Durante 18 anos, Lampião e sua esposa, Maria Bonita, lideraram um bando que contou com mais de 40 cangaceiros, que ficou conhecido principalmente por cometer e comandar uma série de crimes no sertão nordestino, que iam desde assassinatos a sequestros e saques de cidades.
Embora tenha sido declarado inimigo público pelas autoridades da época, por muitos o cangaço também era visto como um movimento de combate às desigualdades e aos apelos de políticos e fazendeiros que ocupavam grande parte da região. Com isso, Lampião se tornou uma figura bastante controversa da cultura nordestina, e lembrado até hoje.
Mas sua jornada foi interrompida no dia 28 de julho de 1938, quando ele e seu bando estavam na Grota do Angico, em Sergipe (onde atualmente é a cidade de Poço Redondo), o grupo sofreu uma emboscada em que os "volantes" — a força policial criada para localizar e eliminar os cangaceiros — prenderam e exterminaram brutalmente grande parte do grupo; incluindo, é claro, Lampião e Maria Bonita.
Visto isso, confira a seguir 5 fatos pouco conhecidos sobre a vida e a jornada de Lampião, o "rei do cangaço":
Como a jornada de Lampião se tornou praticamente uma lenda só após se tornar um cangaceiro, poucos sabem que ele teve outro emprego, antes de se tornar o famoso "rei do cangaço". Entre os 17 e os 19 anos, ele trabalhava para Delmiro Gouveia, um homem pacato para quem o jovem Virgulino prestava serviços como almocreve — um "transportador" de mercadorias em lombo de burro, pela caatinga.
Nesse período, transportava grandes cargas de couro da Bahia e de Pernambuco até Maceió, na fazenda Pedra, onde hoje é o município de Delmiro Gouveia. Porém, certamente foi graças a essa experiência desbravando o sertão que ele pôde conhecer tão bem o interior do nordeste, o que lhe permitiu se tornar um cangaceiro "de sucesso".
Um "crossover" de dois grandes mitos da história do nordeste brasileiro, em 1926 Lampião e seus cangaceiros tiveram um encontro inusitado com o Padre Cícero, uma figura de grande prestígio e influência sobre a vida social, política e religiosa do Ceará e do nordeste como um todo. E, curiosamente, os bandidos até mesmo foram enganados pelo religioso.
Nessa época, a Coluna Prestes — um movimento militar guerrilheiro que enfrentava as tropas do presidente Artur Bernardes, comandado por Luis Carlos Prestes — estava marchando pelo nordeste, o que levou chefes políticos locais a formarem exércitos próprios para tentar combater os rebeldes. Nesse cenário, o deputado Floro Bartolomeu, médico e aliado político do Padre Cícero, decidiu fazer um convite ao bando de Lampião para se engajar no "Batalhão Patriótico".
Quando Lampião chegou à cidade de Juazeiro do Norte, onde deveria se encontrar com Floro Bartolomeu, o deputado tinha viajado ao Rio de Janeiro para tratar de uma doença, e lá acabou morrendo. Assim, coube ao Padre Cícero recepcionar o grupo, e inclusive redigiu um documento que garantiria, supostamente, salvo-conduto ao bando pelos sertões. Porém, ao deixar a cidade, Lampião descobriu que o documento não tinha qualquer valor legal — e, ciente da desfeita, ele não colaborou no combate à Coluna Prestes.
No cangaço, quando uma mulher do grupo dava à luz a um bebê, a criança era prontamente entregue para adoção, visto que demandaria muito trabalho e cuidado para o bando, além de que uma criança poderia revelar involuntariamente sua localização. E nem mesmo Lampião e Maria Bonita escaparam dessa necessidade: em 13 de setembro de 1932, nasceu a única filha do casal, Expedita Ferreira Nunes.
Hoje com 92 anos, ela foi entregue a um aliado de Lampião, que cuidou dela até que completasse oito anos. Após isso, Lampião e Maria Bonita morreram, e Expedita foi então entregue aos cuidados de seu tio, João Ferreira, sem que ninguém ficasse sabendo, com quem viveu até os 18 anos, quando se casou. Hoje, Expedita é considerada a única filha confirmada do rei e da rainha do cangaço, mas ainda existem outras pessoas que alegam serem fruto da dupla.
No dia 18 de maio de 1921, José Ferreira dos Santos, pai de Lampião, foi assassinado em Mata Grande, no sertão de Alagoas, pelo tenente José Lucena de Albuquerque Maranhão. Esse episódio foi um divisor de águas para Virgulino e seus irmãos, sendo a partir daí que eles decidiram entrar para o cangaço.
E a jornada brutal do grupo não tardaria: logo no ano seguinte, em 14 de agosto de 1922, Virgulino, seus irmãos e mais dois cangaceiros fizeram uma tocaia pela cidade de Água Branca e, por volta das 19h, encontraram Manoel Cipriano de Souza — que eles descobriram, através de um processo judicial no Fórum de Maceió, ter revelado a localização do pai do cangaceiro —, o capturaram e assam, além de quebrarem móveis e depredarem sua casa, e roubarem vários itens que encontraram pelo caminho.
Era cerca de 5h da manhã do dia 28 de julho de 1938 quando os volantes, liderados pelo coronel João Bezerra da Silva, cercaram o grupo de cangaceiros. Ao todo, onze cangaceiros foram mortos, e outros fugiram ou foram presos; mas o destino foi impiedoso com Lampião, que foi o primeiro a morrer, alvejado pelo tenente Antônio Honorato da Silva.
E isso não era o bastante, para os policiais. Em um ato de extrema violência, os soldados decidiram decapitar os corpos — inclusive, é dito que Maria Bonita foi atingido por um tiro não letal, e que ainda estava viva quando começaram a degolá-la. As cabeças foram salgadas, embebidas em álcool e transportadas em latas de querosene; e, o mais chocante, foram expostas em cidades pelo caminho até a capital do Alagoas.