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Estrelada por Angelina Jolie, a cinebiografia "Maria Callas" retrata a vida da lendária soprano greco-americana Maria Callas
Foi lançado nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 16, a cinebiografia "Maria", que aborda os últimos dias da lendária soprano greco-americana que encantou teatros ao redor do mundo em meados do século 20: Maria Callas. Estrelada por Angelina Jolie e dirigida por Pablo Larraín, o lançamento chama atenção.
Conhecida como "La Divina" (A Divina), Callas alcançou a fama na década de 1950 e é frequentemente associada ao renascimento do Bel canto.
O filme, que pode render uma indicação ao Oscar para Jolie, se concentra nos altos e baixos da carreira de Callas e em sua tumultuada vida pessoal. A seguir, confira detalhes da vida da icônica cantora que inspiraram sua cinebiografia.
Maria Anna Cecilia Sophia Kalogeropoulos nasceu em Nova York, em 2 de dezembro de 1923, filha de imigrantes gregos. Após o divórcio dos pais, mudou-se para Atenas com a mãe e a irmã, onde começou a desenvolver sua habilidade vocal. Aos 17 anos, fez sua estreia profissional, conquistando o público com sua presença marcante e técnica impecável.
A cantora alcançaria o auge de sua carreira em 1956, ao abrir a temporada do Metropolitan Opera, em Nova York, com o papel principal em Norma. Aclamada mundialmente, ela recebeu o título de "rainha da ópera".
Certa vez, em entrevista à Time, Callas relembrou sua infância com tristeza: "Minha irmã era magra, bonita e amigável, e minha mãe sempre a preferiu", desabafou. "Eu era o patinho feio, gordo, desajeitado e impopular. É uma coisa cruel fazer uma criança se sentir feia e indesejada."
Com a separação dos pais, a cantora mudou-se para a Grécia com sua mãe e irmã. Foi lá que, percebendo o talento da filha mais nova, Litsa incentivou Callas a se apresentar para ajudar a sustentar a família. "Eu nunca vou perdoá-la por tirar minha infância", disse Callas à Time. "Durante todos os anos em que eu deveria estar brincando e crescendo, eu estava cantando ou ganhando dinheiro."
Mais tarde, já consolidada como uma estrela da ópera, Callas viu sua mãe vender histórias sobre sua vida para a imprensa e até mesmo tentar chantageá-la. Isso acabou por afastá-las definitivamente.
"Eu nunca faria as pazes com minha mãe e tenho boas razões", declarou a soprano ao The New York Times em 1970. "Ela fez muitas coisas erradas comigo, e o sangue não é um laço tão forte."
Maria Callas tinha um talento vocal extraordinário que a consagrou como uma das maiores divas de todos os tempos. Fora dos palcos, porém, a cantora viveu uma vida pessoal marcada por escândalos e desilusões.
O casamento da soprano com Giovanni Battista Meneghini, empresário italiano que também atuava como seu agente, chegou ao fim em 1959, em meio a alegações de controle excessivo e manipulação financeira, repercutiu a revista People.
Segundo Callas, após o casamento, a gestão de Meneghini tornou-se opressiva, o que foi um fator decisivo para o divórcio, conforme relatado em um artigo de 1982 do The New York Times.
Posteriormente, a biografia 'Cast a Diva: The Hidden Life of Maria Callas', de Lyndsy Spence, revelou cartas nas quais Callas acusou o ex-marido de enganá-la, alegando que ele teria transferido seus bens para o próprio nome, apropriando-se de metade de tudo o que ela havia conquistado.
A artista nunca escondeu seus sentimentos ruins em relação a Meneghini. Em entrevista concedida ao The New York Times em 1970, a cantora declarou: "Ele contou mentiras e tentou levar o crédito por tudo no meu sucesso".
Em 1957, Maria Callas conheceu o empresário do setor da marinha mercante grego Aristóteles Onassis em uma festa organizada pela socialite e colunista de fofocas Elsa Maxwell. Dois anos mais tarde, o magnata convidaria a cantora e seu marido para um cruzeiro pelo Mediterrâneo a bordo de seu iate.
Embora ambos fossem casados àquela altura, Onassis e Callas começaram um caso. Callas terminou o casamento com Meneghini algumas semanas depois, enquanto o empresário se divorciaria apenas em 1960. O caso foi amplamente comentado na época.
"O mundo me condenou por deixar meu marido, mas eu não o deixei - ele me deixou porque eu não o deixava mais cuidar dos meus negócios", declarou a artista greco-americana ao The Washington Post. "Fui mantida em uma gaiola por tanto tempo que, quando conheci Aristo e seus amigos, tão cheios de vida e glamour, me tornei uma mulher diferente."
Apesar de Callas desejar se casar com Onassis, o magnata optou por se unir a Jackie Kennedy em 1968, partindo o coração da cantora. Conforme o biógrafo Lyndsy Spence, a soprano chegou a engravidar várias vezes ao longo do romance, porém sofreu abortos espontâneos nelas todas.
Mesmo com a separação, os dois nunca deixaram de se ver e, conforme afirmou a ex-secretária pessoal de Onassis, Kiki Feroudi Moutsatsos, em entrevista concedida à People em 2024, o amor entre eles nunca morreu.
"Maria era um pedaço de sua alma, de seu corpo, de seu cérebro", contou. "É por isso que eles nunca acreditaram que poderiam estar separados."
Segundo Moutsatsos, nos últimos dias de Aristóteles Onassis, Maria Callas fez uma visita ao seu leito de morte.
"Ela sabia porque havia falado com o médico que não havia esperança - que ele estava quase morto, acabado e Maria não tinha esperança de que eles ficassem juntos novamente", disse ela. Onassis faleceria em 15 de março de 1975, deixando Callas "desesperada" e sem vontade de viver.
"Maria estava vivendo em seu próprio mundo", disse Moutsatsos. "Ela não queria comer, não queria sair, não queria falar com os amigos. Ela perdeu o apetite de viver."
Durante os anos 1960, a voz de Callas começou a apresentar falhas, culminando no fim de sua carreira operística aos 41 anos. Sua última apresentação se deu em 1965 no Covent Garden, em Londres.
Aposentada, a cantora promoveu uma masterclass na Juilliard School e embarcou em uma turnê mundial no ano de 1973, apresentando-se pela última vez em 1974, no Japão, informa o Museu Maria Callas. Décadas após sua última apresentação, as razões para o declínio de sua voz continuam sendo tema de debate.
Na década de 1950, Callas ou por uma transformação física marcante, perdendo mais de 60 quilos, o que pode ter afetado negativamente sua capacidade vocal. Além disso, o uso excessivo de sua voz ao longo dos anos provavelmente contribuiu para seu desgaste.
No entanto, o fator mais significativo parece ter sido sua saúde fragilizada. Callas começou a apresentar sintomas variados, como perda de equilíbrio e visão, mas não recebeu um diagnóstico claro na época. "Ela foi considerada louca, dramática e hipocondríaca", afirmou o biógrafo Lyndsy Spence.
Somente em 1975 a artista foi diagnosticada com dermatomiosite, uma rara doença inflamatória que provoca fraqueza muscular, de acordo com o The Sydney Morning Herald. Além disso, Callas enfrentava problemas com o vício em mandrax, um sedativo que Onassis havia introduzido em sua vida, conforme relatou Spence.
Callas faleceu em 16 de setembro de 1977, aos 53 anos, em Paris, vítima de um ataque cardíaco. Em seus últimos dias, a soprano afastou-se completamente da vida pública, morando em seu apartamento apenas com sua governanta, uma amiga e seu mordomo. A seu pedido, foi cremada e suas cinzas foram espalhadas no Mar Egeu.
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