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Pesquisa representa um o importante e inédito na compreensão da diversidade e evolução dos primeiros hominídeos; saiba mais!
Fragmentos de esmalte dentário fossilizado encontrados em uma caverna na África do Sul estão ajudando a desvendar segredos de um antigo parente da espécie humana. Os fósseis, pertencentes a quatro indivíduos do Paranthropus robustus, foram localizados na caverna de Swartkrans — parte de um Patrimônio Mundial da Humanidade — e analisados por meio de uma técnica de ponta conhecida como paleoproteômica.
O estudo, publicado nesta quinta-feira, 29, na revista Science, revela que esses hominídeos viveram há cerca de 2 milhões de anos e aponta para uma surpreendente diversidade genética entre os indivíduos. As descobertas podem até sugerir a existência de uma nova espécie ainda não reconhecida pela ciência.
A análise foi conduzida por uma equipe internacional liderada por Palesa Madupe, com apoio da pesquisadora Claire Koenig, da Universidade de Copenhague. Utilizando a paleoproteômica — que estuda proteínas preservadas em fósseis — os cientistas foram capazes de identificar o sexo dos indivíduos analisando proteínas específicas do esmalte dentário, como AMELY (exclusiva de machos) e AMELX (mais presente em fêmeas).
Entre os quatro espécimes, dois apresentaram evidências claras de serem do sexo masculino, e outros dois, femininos. No entanto, um dos fósseis apresentou um dado intrigante: apesar de suas características físicas apontarem para uma fêmea, a análise molecular revelou que era um macho.
O achado levanta dúvidas sobre a precisão dos métodos tradicionais usados para estimar o sexo com base apenas no tamanho e formato dos dentes.
Mais do que isso, a equipe detectou diferenças nas sequências de aminoácidos entre os indivíduos, especialmente em um deles, catalogado como SK-835. As variações não apenas o distanciam dos demais espécimes de P. robustus, como também dos humanos modernos, neandertais e denisovanos.
Isso levanta a possibilidade de que SK-835 pertença a um grupo diferente — ou até mesmo a uma espécie desconhecida, como uma possível Paranthropus capensis.
Ainda assim, os cientistas adotam cautela. Segundo afirma à Live Science Rebecca Ackermann, coautora do estudo e antropóloga da Universidade da Cidade do Cabo, a variação genética observada pode também refletir processos de microevolução em diferentes regiões da África Austral. Ela reforça que é necessário analisar mais fósseis de diferentes localidades para tirar conclusões mais robustas.
Apesar de técnicas genéticas tradicionais como o sequenciamento de DNA já terem sido aplicadas a esqueletos antigos, elas se mostram ineficazes para fósseis tão antigos como esses, já que o DNA se degrada rapidamente no ambiente africano. Por isso, o estudo de proteínas — especialmente no resistente esmalte dentário — oferece uma nova janela para explorar a evolução humana.
Nosso objetivo é entender a árvore genealógica humana por meio das proteínas”, explica Koenig à Live Science. “Mas ainda somos limitados pelo número reduzido de proteínas presentes no esmalte.”
A pesquisadora também destaca avanços promissores que podem refinar o trabalho com fósseis raros, como métodos menos invasivos de extração de proteínas e tecnologias de sequenciamento mais rápidas e precisas.
Esses avanços poderão ajudar a distinguir, no futuro, espécies intimamente relacionadas, como Paranthropus robustus e Australopithecus africanus. A pesquisa representa um o importante na compreensão da diversidade e evolução dos primeiros hominídeos e reforça o potencial da paleoproteômica como ferramenta-chave na paleoantropologia moderna.