De acordo com amigo de Stockton Rush, CEO da OceanGate, a expedição do Titan em junho de 2023 teria sido pensada como uma 'viagem só de ida'
Redação Publicado em 09/06/2025, às 08h27
Stockton Rush, CEO da OceanGate, empresa responsável pelo submersível Titan, teria desejado morrer junto aos destroços do Titanic, segundo alegação de um amigo próximo. A declaração, feita por Karl Stanley — especialista em submersíveis e amigo de longa data de Rush —, aparece no livro Submersed: Wonder, Obsession and Murder in the World of Amateur Submarines, de Matthew Gavin Frank.
De acordo com Stanley, o desejo de Rush não era apenas explorar as profundezas do oceano, mas se tornar parte da história. "O ego de Rush era tão grande que ele estava disposto a morrer e matar para ser essencial personagem desta história. Ele queria ir (morrer) nos destroços (do Titanic)", disse ele, segundo o Daily Mail.
"Quanto mais famoso, melhor. Ele não apenas assassinou quatro pessoas ricas e recebeu uma fortuna para fazer isso. Todos eles agora fazem parte da mitologia do Titanic", prosseguiu. Stanley ainda afirmou que a viagem de junho de 2023 teria sido pensada como uma "viagem só de ida".
O Titan implodiu cerca de 90 minutos após iniciar a descida rumo ao naufrágio do Titanic, a quase 4 mil metros de profundidade no Atlântico Norte. Além de Rush, morreram na tragédia o bilionário britânico Hamish Harding, o mergulhador francês Paul-Henri Nargeolet, o empresário britânico-paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Suleman, de 19 anos.
De acordo com o portal Extra, Stanley chegou a afirmar que o nome "Titan" não era coincidência. Segundo ele, Rush teria se inspirado no fictício navio do romance Futility (1898), chamado justamente de Titan, cuja história guarda semelhanças perturbadoras com o desastre do Titanic.
Apesar das alegações, documentos oficiais revelam outro lado. Uma transcrição de uma reunião interna da OceanGate em 2018, divulgada durante as investigações do caso, mostra Rush afirmando que ninguém morreria sob sua supervisão. "Não tenho desejo de morrer. Acho que esta é uma das coisas mais seguras que farei", declarou ele ao ser confrontado por colegas sobre os riscos do projeto.
Ex-funcionários o descreviam como alguém obcecado pela ambição de se tornar "o Elon Musk das profundezas". Em pelo menos uma ocasião, ele teria omitido sérios problemas estruturais do casco do Titan.
