Escondida desde o século 17 sob escombros de um bombardeio, sala pode revelar rede de túneis lendária e segredos militares na Ucrânia
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Giovanna Gomes Publicado em 30/05/2025, às 14h38 - Atualizado em 02/06/2025, às 07h46
Por séculos, uma câmara permaneceu oculta, esquecida abaixo das ruínas do Castelo Galego, em Halych, no oeste da Ucrânia. Coberta por cerca de 150 metros cúbicos de terra e detritos após o bombardeio da fortaleza por forças inimigas em 1676, a sala só voltou à luz em 2023, quando arqueólogos identificaram um pequeno poço de ventilação que levou à surpreendente descoberta.
Após anos de escavação manual, necessária para preservar a integridade arqueológica do local, os especialistas finalmente conseguiram ar o espaço, que permaneceu completamente isolado por mais de três séculos.
As primeiras análises sugerem que a câmara pode ter funcionado como uma casamata — uma espécie de cofre ou arsenal usado em tempos de guerra. No entanto, o achado despertou ainda mais curiosidade ao revelar uma pequena abertura em uma das paredes, indicando a possível existência de túneis subterrâneos conectados à fortaleza.
Segundo o 'Daily Mail', esses túneis alimentam lendas locais há gerações, como a história de uma jovem que teria escapado do castelo com seu amante graças à ajuda de uma criada e a um sistema secreto de agens.
O Castelo Galego, também conhecido como Castelo Starasta, remonta ao século 12, quando foi construído em madeira sobre um afloramento rochoso com vista para o Rio Dniester. Reconstruído em pedra por Casimiro III no século 14 e reformado no século 17, o castelo foi palco de batalhas durante a Guerra Turco-Polonesa.
Segundo Vladimir Oleynik, diretor da Reserva Nacional Antiga de Galich, o desabamento que selou a câmara teria ocorrido durante um ataque com canhões nessa época. "Esta parte do castelo ficou completamente isolada desde a explosão", afirmou Oleynik ao Heritage Daily.
Por enquanto, o o público à escavação permanece , enquanto arqueólogos continuam os trabalhos na esperança de revelar mais sobre o ado escondido da fortaleza. O castelo, cercado por outras descobertas enigmáticas na região — como os misteriosos ossos desenhados com piche de uma mulher enterrada há 4.500 anos —, continua a surpreender os especialistas e alimentar o imaginário sobre as histórias não contadas da antiga Halych.
