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Cacatuas aprendem sozinhas a usar bebedouros públicos na Austrália

Cientistas registraram que cacatuas-de-crista-enxofre na cidade de Sydney, na Austrália, aprenderam a usar bebedouros públicos com alavancas giratórias

Luiza Lopes, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 04/06/2025, às 11h13

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Cacatuas-de-crista-enxofre usando bebedouro em Sydney, Austrália - Divulgação/Biology Letters
Cacatuas-de-crista-enxofre usando bebedouro em Sydney, Austrália - Divulgação/Biology Letters

Cacatuas-de-crista-enxofre (Cacatua galerita), comuns na cidade de Sydney, na Austrália, foram registradas por cientistas utilizando bebedouros públicos com alavancas giratórias para beber água.

O comportamento foi observado ao longo de 44 dias por meio de câmeras instaladas em um parque na zona oeste da cidade. Foram mais de 500 tentativas registradas, com uma taxa média de sucesso de 41%. Estima-se que cerca de 70% da população local dessas aves já domina a técnica.

Para acionar o bebedouro, as cacatuas precisam coordenar o uso das patas e do bico, além de inclinar o corpo — um movimento considerado complexo, que exige habilidades motoras refinadas, e não apenas força bruta. O estudo, publicado na revista Biology Letters, sugere que esse comportamento foi aprendido socialmente, com aves imitando umas às outras.

Ainda não se sabe ao certo por que as cacatuas optam pelos bebedouros em vez de fontes naturais, como lagos ou riachos. A especialista em comportamento animal Irene Pepperberg, da Universidade de Boston, aponta que os bebedouros podem ser percebidos como fontes mais limpas e confiáveis.

“A água está sempre disponível, então vale a pena insistir até aprender o movimento certo. E se falharem, têm outras opções”, disse ao ABC News. Outra possibilidade, segundo ela, é que o posicionamento elevado do bebedouro — cerca de um metro acima do solo — ofereça mais segurança contra predadores. 

Diversão?

O ecólogo John Martin, coautor do estudo, acredita que o comportamento pode não ser motivado apenas pela sede. Para ele, há indícios de que as aves também se divertem com a atividade.

Elas subiam no bebedouro, agarravam a torneira, empurravam-na para frente para liberar a água e, em seguida, bebiam. Uma delas entendeu como fazer, e as outras pensaram: ‘isso parece divertido’. O bando chegava, todas forrageavam, bebiam — como se estivessem relaxando e se divertindo", afirmou ao The Guardian.

Pepperberg reforça essa hipótese. Ela citou um estudo com cacatuas-de-guarda-chuva, publicado no Journal of Comparative Psychology em 2024, que mostrou que 40% das aves preferiram descascar nozes por conta própria, mesmo tendo à disposição outras já abertas. O comportamento sugere que valorizam o processo em si, talvez por ser estimulante ou agradável.

Essa não é a primeira inovação urbana registrada entre as cacatuas de Sydney. Em outro estudo, divulgado na revista Science em 2021,elas demonstraram habilidade para abrir lixeiras em busca de alimento — comportamento que se espalhou entre diferentes grupos pela cidade.

Segundo os pesquisadores, essas aves possuem cérebros proporcionalmente grandes, comparáveis em complexidade aos dos primatas, o que as torna altamente adaptáveis a ambientes urbanos.

Os pesquisadores também incentivam o público a registrar comportamentos inusitados por meio do aplicativo Big City Birds, contribuindo para o avanço dos estudos sobre as estratégias de adaptação dessas aves em meio à vida urbana.