{ "@context": "http://schema.org", "@type": "NewsArticle", "mainEntityOfPage": { "@type": "WebPage", "@id": "https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/historia-hoje/50-anos-depois-espanha-ainda-preserva-simbolos-ligados-ditadura-franquista.phtml" }, "headline": "50 anos depois, Espanha ainda preserva símbolos ligados à ditadura franquista", "url": "https://aventurasnahistoria.com.br/noticias/historia-hoje/50-anos-depois-espanha-ainda-preserva-simbolos-ligados-ditadura-franquista.phtml", "image": [ { "@type":"ImageObject", "url":"https://image.staticox.com/?url=https%3A%2F%2Faventurasnahistoria.com.br%2Fmedia%2Fs%2F2025%2F05%2Fah-padrao-2025-05-26t131703762.jpg", "width":"1280", "height":"720" } ], "dateCreated": "2025-05-26T13:30:00-03:00", "datePublished": "2025-05-26T13:30:00-03:00", "dateModified": "2025-05-26T13:30:00-03:00", "author": { "@type": "Organization", "name": "Aventuras na História" }, "publisher": { "@type": "Organization", "name": "Aventuras na História", "logo": { "@type": "ImageObject", "url": "https://aventurasnahistoria.com.br/static/logo/ah.svg", "width":"120", "height":"60" } }, "articleSection": "Not\u00edcias", "description": "Cinquenta anos após a morte de Francisco Franco, a Espanha ainda preserva milhares de símbolos ligados à ditadura, como estátuas, placas e monumentos" }
Busca
Facebook Aventuras na HistóriaTwitter Aventuras na HistóriaInstagram Aventuras na HistóriaYoutube Aventuras na HistóriaTiktok Aventuras na HistóriaSpotify Aventuras na História
Notícias / Espanha

50 anos depois, Espanha ainda preserva símbolos ligados à ditadura franquista

Cinquenta anos após a morte de Francisco Franco, a Espanha ainda preserva milhares de símbolos ligados à ditadura, como estátuas, placas e monumentos

Redação Publicado em 26/05/2025, às 13h30

WhatsAppFacebookTwitterFlipboardGmail
Apoiadores de Francisco Franco fazem a saudação fascista no Arco da Vitória - Getty Images
Apoiadores de Francisco Franco fazem a saudação fascista no Arco da Vitória - Getty Images

Cinquenta anos após a morte de Francisco Franco, a Espanha ainda preserva milhares de símbolos ligados à ditadura, como estátuas, placas, nomes de ruas e monumentos que exaltam o regime. São mais de 6 mil elementos identificados no país, segundo o site “Deveria desaparecer”, criado para mapear e denunciar esses vestígios. 

Em entrevista à AFP, Eduardo España, co-fundador do site, afirmou que trata-se de um anacronismo inaceitável num Estado democrático. Ele citou como exemplo o Arco da Vitória, em Madri — um monumento neoclássico com quase 50 metros de altura, erguido na década de 1950 para comemorar a vitória das forças franquistas sobre a República na Guerra Civil (1936–1939). 

Localizado na entrada oeste da capital, o arco é, para muitos, um símbolo explícito da imposição do regime e da glorificação da violência. Ainda assim, seu significado histórico permanece pouco conhecido entre moradores e turistas, o que, para ativistas, contribui para a naturalização de um ado autoritário ainda não enfrentado de forma plena.

Outro marco emblemático é o Vale dos Caídos, construído por ordem direta de Franco a cerca de 50 quilômetros de Madri. O mausoléu monumental, cravado na rocha e encimado por uma cruz de 150 metros de altura, foi concebido como espaço de culto e exaltação ao regime — e também como local de sepultamento do próprio ditador. 

Durante décadas, serviu como ponto de peregrinação para simpatizantes do franquismo, à sombra do discurso de reconciliação nacional que, na prática, omitia a repressão imposta aos vencidos da guerra.

Mudanças

Em 2019, como parte de uma ação simbólica do governo socialista de Pedro Sánchez, os restos mortais de Franco foram finalmente exumados do local e transferidos para um cemitério comum. O monumento também teve seu nome alterado para Vale de Cuelgamuros, em tentativa de esvaziar sua carga ideológica. 

Essa decisão integrou um processo mais amplo de revisão histórica iniciado em 2007, com a aprovação da Lei de Memória Histórica, que visava reconhecer as vítimas da ditadura e obrigava a remoção de símbolos franquistas do espaço público.

Esse processo foi aprofundado em 2022 com a entrada em vigor da Lei de Memória Democrática, que criou um registro oficial de vítimas do franquismo, anulou as condenações políticas do período e impôs sanções a istrações que se recusassem a eliminar referências elogiosas ao regime.

Apesar dos avanços, o processo encontra resistência. Segundo a AFP, uma parte da população, inclusive proprietários de estabelecimentos que exaltam Franco, denuncia o que considera uma "reescrita forçada da história". 

Entre historiadores, também há divisão. Alguns, como Daniel Rico, da Universidade Autônoma de Barcelona, alertam contra o risco de apagar o ado em vez de contextualizá-lo. Para ele, a remoção pura e simples de monumentos pode infantilizar o debate e dificultar a compreensão histórica

"Esconder os traços e vestígios de um ado negativo não me parece a melhor forma de digerir este ado. Retirar os monumentos como se fôssemos todos crianças, assustados ao ver um escudo de Franco, também me parece algo muito despótico", disse à AFP. Já España argumenta que o espaço público não deve perpetuar homenagens à ditadura: “A história se aprende nas escolas, e não nos espaços públicos”.