Emocionante descoberta de mergulhador na costa da Cornualha revela os destroços do SS Nantes, embarcação do século 19 que naufragou em 1888
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 06/06/2025, às 13h53
Após quase 140 anos desaparecido, o navio a vapor SS Nantes, que naufragou em uma trágica colisão em 1888, foi finalmente localizado na costa da Cornualha, no Reino Unido. A descoberta foi feita por Dom Robinson, mergulhador britânico de 53 anos, que identificou a embarcação após encontrar um prato com o selo da "Cunard Steamship Company" entre os destroços a 75 metros de profundidade no Canal da Mancha.
O SS Nantes era um navio de carga com 14 anos de uso quando foi atingido pelo veleiro alemão Theodor Ruger em um dia de condições climáticas adversas. A colisão abriu um buraco fatal no casco do Nantes, levando ao naufrágio rápido da embarcação. Vinte e três tripulantes perderam a vida no acidente, muitos deles impedidos de escapar devido aos danos nos botes salva-vidas. Apenas três sobreviveram.
Segundo o historiador marítimo Harry Bennett, da Universidade de Plymouth, o naufrágio estava envolto em mistério há décadas. "O Nantes é um daqueles navios que se sabia existir, mas estava perdido por um longo período", afirmou à CNN. Bennett destacou ainda o valor emocional da descoberta: "A ideia de que você está olhando para um prato em que os tripulantes podem ter feito sua última refeição é muito, muito comovente".
Segundo a CNN, a confirmação da identidade do navio foi possível graças ao prato encontrado por Robinson e à análise das características estruturais da embarcação. Um segundo prato, com o mesmo logotipo, foi achado em um mergulho posterior.
Robinson, que compartilhou a história em seu canal no YouTube, explicou que explorar naufrágios é uma das últimas fronteiras disponíveis para aventureiros comuns. "O fundo do mar ainda guarda segredos que o tempo esqueceu. É onde você pode viver a emoção de uma descoberta real", disse.
A localização do SS Nantes não é apenas uma conquista para a arqueologia marítima, mas também uma oportunidade de honrar a memória das vidas perdidas e entender melhor a realidade da navegação no século 19. Como bem resumiu Bennett: "Cada naufrágio é uma cápsula do tempo".
