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Crânio quase completo achado na Antártida pertence a Vegavis iaai, ave aquática que se acredita ser um ancestral distante dos patos e gansos
Cientistas na Antártida fizeram uma descoberta fascinante: o fóssil de um pássaro de 69 milhões de anos, que pode ser o mais antigo já encontrado, ajudando a esclarecer um debate antigo sobre a origem das aves modernas.
O crânio quase completo pertence a Vegavis iaai, uma ave aquática que se acredita ser um ancestral distante dos patos e gansos atuais. Essa espécie viveu ao lado de dinossauros como o Tyrannosaurus rex e pode ter sobrevivido à extinção em massa que marcou o fim do Cretáceo, de acordo com um estudo recente.
A paleontóloga Julia Clarke, da Universidade do Texas em Austin, foi a responsável pela descoberta inicial de V. iaai em 1992, na Ilha Vega, na Antártida. O fóssil possui entre 66 e 68 milhões de anos, e Clarke sugeriu que essa ave poderia ser um parente dos pássaros modernos, especialmente das aves aquáticas.
Contudo, faltava uma peça crucial: o crânio do animal. "O fóssil encontrado antes era de outra parte do corpo. O crânio é fundamental para entender a filogenia das aves", explicou ao portal Live Science o biólogo evolucionista Patrick O'Connor, coautor do estudo.
Em 2011, uma nova expedição encontrou o crânio, estimado em 68 a 69 milhões de anos, e ele só foi analisado recentemente. Os resultados do estudo foram publicados nesta quarta-feira, 5, na revista Nature.
A descoberta do crânio permitiu aos cientistas aprender mais sobre essa espécie e sua posição na árvore genealógica das aves. Eles notaram que V. iaai possui características semelhantes às aves modernas, como o formato de cérebro típico das aves atuais e um osso único no bico superior, algo incomum nas aves pré-modernas.
O bico superior de V. iaai tem a pré-maxila por toda sua extensão, o que é típico das aves modernas", disse o paleontólogo Christopher Torres, coautor do estudo, ao Live Science.
Além disso, por meio de uma reconstrução 3D, os cientistas revelaram que o pássaro tinha um bico longo e estreito, com músculos de mandíbula robustos, semelhantes aos de aves mergulhadoras modernas para capturar peixes.
"Foi surpreendente ver uma característica tão específica no crânio de uma ave tão antiga", comentou ao Live Science o paleontólogo Juan Benito Moreno, da Universidade de Cambridge. "É fascinante perceber como esse nicho ecológico estava se formando tão cedo na evolução."
O impacto do asteroide que extinguiu os dinossauros no final do Cretáceo (cerca de 66 milhões de anos atrás) eliminou todas as espécies não-aviárias, mas aves terrestres e aquáticas sobreviveram, incluindo aquelas mais semelhantes aos patos e gansos modernos.
Apesar da rápida evolução pós-extinção, "os estudos genômicos sugerem que a divergência mais antiga dos pássaros modernos ocorreu antes do impacto do asteroide", afirmou Torres ao portal científico. "No entanto, o registro fóssil é muito escasso."
Embora as evidências sugiram que V. iaai seja relacionado aos pássaros modernos, ainda não se sabe ao certo se ele é um parente direto de patos e gansos, como sugerem alguns cientistas.
O paleontólogo Daniel Ksepka, do Museu Bruce em Connecticut, que não participou da pesquisa, acrescenta ao Live Science: "V. iaai parece ser um tipo peculiar de pato. A evolução de um bico semelhante ao de um pato pode ter ocorrido no Cretáceo, mas talvez tenha sido perdido ou evoluído de forma independente em V. iaai."
V.iaai viveu quando as temperaturas globais eram mais altas e a Antártida tinha um clima temperado, coberta por vegetação. Sua localização pode ter dado à espécie certa proteção contra a destruição causada pelo impacto do asteroide.
Para O'Connor, esse estudo é apenas o início de novas descobertas sobre a fauna que habitava a Antártida durante o Cretáceo. "A história das aves é fascinante, mas também podemos estudar outros grupos de animais e plantas, o que nos ajudará a entender melhor como os ecossistemas reagiram à extinção em massa", concluiu ao portal.