Após chuvas intensas derrubarem muro de igreja histórica em Portugal, esqueletos foram descobertos, revelando possível grande cemitério do ado
Publicado em 21/05/2025, às 12h30
Em março, o sul de Portugal foi assolado por fortes chuvas, que inclusive provocaram o desabamento de um dos muros da Igreja Matriz da cidade de Portimão, construídos no século 15. Porém, o que pareceu uma completa tragédia histórica, acabou revelando novos detalhes sobre o ado da região, quando funcionários envolvidos nas obras para substituir a estrutura se surpreenderam ao encontrar um antigo conjunto de ossos.
Após a descoberta, uma equipe de arqueólogos foi investigar o local, e conseguiu definir que a ossada era composta, na verdade, por 12 sepulturas diferentes, datadas dos séculos 16 ao 19. Essa descoberta fomenta a suspeita de que, sob a terra em torno da igreja, possa existir um antigo cemitério escondido.
Apesar de ainda não haver nenhuma informação sobre a identidade dos indivíduos ali enterrados, os especialistas agora tentam descobrir o contexto de seus enterros, segundo explica um porta-voz da Câmara Municipal de Portimão ao veículo Portugal News. Os pesquisadores ainda não descartam, inclusive, a possibilidade de mais restos mortais serem descobertos.
Vale mencionar que, no ado, era comum que as igrejas também servissem como cemitérios. Além disso, já era de conhecimento geral que a Igreja Matriz de Portimão continha sepulturas em sua parte de trás; porém, a nova descoberta aponta para a possibilidade de os sepultamentos ocuparem uma área ainda maior do que se imaginava, repercute a Revista Galileu.
Arqueóloga e gerente de projetos da ERA Arqueologia, a empresa responsável pela escavação, Rita Dias disse ao Sul Informação que, devido às diferentes cronologias sobrepostas no local, possivelmente a área de sepultamento foi utilizada em diversas épocas, até ser descontinuado em torno da década de 1860.
Após essa época, surgiram maiores preocupações com relação à higiene, e por isso os funerais aram a ocorrer em regiões mais distantes dos centros, principalmente nos arredores das cidades. Registros históricos da região corroboram com essa teoria, visto que um cemitério foi construído pela prefeitura em 1863.
