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Notícias / Bíblia

'Impressões digitais' na Bíblia podem reescrever história da Arca da Aliança

Padrões ocultos de "impressões digitais" encontrados em textos do Antigo Testamento pode reescrever compreensão tradicional da Bíblia; entenda!

Éric Moreira
por Éric Moreira

Publicado em 09/06/2025, às 11h12

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Pintura 'Rei Davi carregando a Arca da Aliança para Jerusalém' - Getty Images
Pintura 'Rei Davi carregando a Arca da Aliança para Jerusalém' - Getty Images

Recentemente, cientistas descobriram padrões ocultos na Bíblia que desafiam as crenças religiosas e a compreensão tradicional sobre suas origens. Através de inteligência artificial, foram identificadas "impressões digitais" em textos do Antigo Testamento, o que sugere que as histórias foram escritas por várias pessoas.

Isso, por sua vez, contradiz com a compreensão tradicional judaica e cristã de que Moisés escreveu os cinco primeiros livros do Antigo Testamento, que incluem as histórias sobre a criação, o dilúvio de Noé e a Arca da Aliança.

No novo estudo, foram encontrados três estilos distintos de escrita, com vocabulário, tom e áreas de foco distintos. Isso sugere que vários autores e fontes contribuíram para os livros ao longo do tempo.

Para o estudo, os pesquisadores usaram inteligência artificial em 50 capítulos em cinco livros, e descobriram inconsistências na linguagem e no conteúdo, histórias repetidas, mudanças de tom e contradições internas. Vale mencionar que já é teorizado que as escrituras tiveram múltiplos autores há mais de 200 anos, mas devido ao debate religioso e à falta de tecnologia, a hipótese acabou sendo descartada.

Especialista bíblico do Collège de e coautor do estudo, Thomas Römer disse ao The Times of Israel: "Não há autores da Bíblia no sentido moderno. As versões originais dos pergaminhos foram continuamente retrabalhadas e reescritas por redatores que adicionaram, alteraram e, às vezes, também omitiram partes dos textos anteriores".

Segredo nas escrituras

Por mais que Moisés seja retratado como uma figura histórica importante na Bíblia, a maioria dos estudiosos de hoje o vê como uma figura lendária, ou pelo menos um personagem composto, em vez de uma pessoa histórica literal. Até porque estima-se que o Antigo Testamento foi escrito ao longo de um período de quase 1000 anos, entre 1.400 a.C. e 400 a.C..

O Antigo Testamento, vale mencionar, é composto por 39 livros, cujo foco está na aliança de Deus com a humanidade, seu relacionamento com os israelitas e a promessa da chegada de um messias que traria salvação e redenção à humanidade. Moisés é creditado como autor de várias agens, inclusive, o que levou as tradições judaica e cristã a considerarem-no como tal durante milhares de anos, sendo assim visto como um profeta.

Mas agora, através de análises de padrões no uso de palavras, frequência de palavras, frases e estruturas de sentenças, o novo estudo com inteligência artificial pode mudar essa história. Isso porque essas "impressões digitais" linguísticas podem refletir, de maneira definitiva, os diferentes autores e escolas de escribas que trabalharam nas escrituras.

Além de confirmar os diferentes estilos, a equipe responsável pelo estudo também estendeu seu método de inteligência artificial para estudar outras nove seções bíblicas de autoria contestada, como a narrativa da criação, do dilúvio de Noé e os relatos da Arca da Aliança.

Na Bíblia, é dito que a Arca da Aliança foi construída pelos israelitas logo após a fuga do Egito, por volta do século 13 a.C., sendo lá dentro onde Moisés guardou os Dez Mandamentos originais. O algoritmo de inteligência artificial comparou o uso de palavras nesses capítulos com os três estilos conhecidos, e revelou novas afiliações, ajudando a esclarecer debates acadêmicos de longa data.

Segundo o Daily Mail, os pesquisadores afirmam que essa nova técnica pode revolucionar o estudo de textos antigos, colaborando na resolução de outros mistérios de autoria além da Biblia, como os antigos Manuscritos do Mar Morto ou mesmo outros documentos históricos de autoria desconhecida.

Os três estilos de escrita mencionados, no caso, foram chamados de Deoteronômico (D), que concentra-se em leis, obediência e comandos claros; História Deuteronomista (DtrH), que narra a história de Israel e enfatiza lições morais baseadas na fidelidade; e o estilo Sacerdotal (P), que destaca rituais, sacerdócio e espaços sagrados com uma linguagem formal e detalhada.

Thomas Römer disse ao The Times of Israel: "Deuteronômio se refere ao último livro da Torá/Pentateuco. Há um amplo consenso de que a primeira versão deste pergaminho foi escrita no século VII a.C. O cerne desta primeira versão eram as leis que estipulavam que o Deus de Israel havia escolhido apenas um lugar [Jerusalém] para o culto sacrificial".

Römer também explica que a História Deuteronomista foi retrabalhada diversas vezes ao longo do tempo, e que os Escritos Sacerdotais incluem vários textos em Gênesis, Êxodo e Levítico. "Esses textos foram escritos pela primeira vez por volta de 520 a.C., no contexto da reconstrução do Segundo Templo. Os autores e redatores sacerdotais querem mostrar a importância dos rituais e dos diferentes tipos de sacrifícios".