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O governo Lula e a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos reabriram a investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek
O governo Lula e a Comissão sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP) decidiram reabrir a investigação sobre a morte do ex-presidente Juscelino Kubitschek em 1976. A decisão, impulsionada por novos questionamentos sobre as causas do acidente, será analisada em reunião da comissão nesta sexta-feira, 14, no Recife.
Na ocasião, JK viajava pela via Dutra no Opala conduzido por seu motorista, Geraldo Ribeiro, quando o carro perdeu o controle, atravessou o canteiro central e colidiu frontalmente com uma carreta, resultando na morte de ambos.
Investigações conduzidas pelo regime militar concluíram que o veículo havia sido atingido por um ônibus da viação Cometa durante uma ultraagem, versão corroborada posteriormente pela Comissão Nacional da Verdade (2014) e por uma comissão da Câmara dos Deputados (2001), que classificaram o episódio como um acidente.
No entanto, outras apurações levantaram a hipótese de atentado político. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, comissões da Verdade de São Paulo e Minas Gerais reuniram indícios de sabotagem mecânica, disparo de arma ou envenenamento do motorista.
Um inquérito do Ministério Público Federal (MPF), encerrado em 2019, descartou a colisão com o ônibus, mas considerou "impossível afirmar ou descartar" a hipótese de atentado, "uma vez que não há elementos materiais suficientes para apontar a causa do acidente ou que expliquem a perda do controle do automóvel".
O MPF convocou o engenheiro e perito Sergio Ejzenberg para revisar os laudos de 1976 e 1996 do Instituto de Criminalística Carlos Éboli e elaborar um novo estudo sobre o acidente. Após três anos de trabalho voluntário, sua perícia foi divulgada em 2021 e refutou a tese oficial de colisão, conforme conta a Folha.
Seu estudo foi considerado “peça-chave” pelo MPF e tornou-se o principal argumento para a reabertura do episódio, solicitada pelo ex-vereador Gilberto Natalini. Dado que os prazos legais para novos requerimentos expiraram e a família de JK não solicitou formalmente a reabertura, a justificativa para o procedimento será o esclarecimento da verdade histórica. Independentemente do resultado, não haverá indenização financeira.
O laudo de Ejzenberg aponta que a suspeita de sabotagem mecânica do Opala era plausível, mas a desmontagem do veículo pela ditadura impediu uma perícia conclusiva. Não foram feitos exames toxicológicos abrangentes no motorista Geraldo Ribeiro, que parecia desfalecido antes do impacto.
Suspeita-se de envenenamento ou tiro, hipótese reforçada por uma exumação em 1996, quando um perito afirmou ter visto um buraco no crânio de Ribeiro e encontrado um metal semelhante a uma bala, embora outros especialistas discordassem.
Vale ressaltar que JK era um opositor da ditadura e seu nome foi citado em documentos da Operação Condor, coordenada para eliminar adversários políticos. Para Lea Vidigal, advogada e coautora do livro "O Assassinato de JK pela Ditadura - Documentos Oficiais", as provas foram destruídas, e cabe ao Estado provar que o ex-presidente não foi assassinado.
"Não é a vítima que tem que provar que foi assassinada. Num regime de exceção que perseguia e matava opositores e que ocultou as provas, é o Estado que tem que provar que é inocente. Portanto, o Estado é responsável e tem que ser declarado o assassinato do JK", disse em entrevista à Folha.