Com uma mandíbula impressionante e dentes afiados, o fóssil encontrado fornece pistas sobre o estilo de vida dos tubarões antigos
Paleontólogos encontraram, no deserto da Bacia de Pisco, no Peru, a cerca de 235 km de Lima, um fóssil quase completo de um peixe colossal que habitava os mares antigos há cerca de 9 milhões de anos. O exemplar pertence à espécie Cosmopolitodus hastalis, ancestral dos atuais tubarões-brancos, segundo análise do Instituto Geológico e de Mineração do Peru.
A descoberta, anunciada pelos pesquisadores na segunda-feira, 20, surpreendeu por seu estado de preservação “excepcional”, conforme relatado à agência Reuters. Isso permitiu que os cientistas extraíssem informações valiosas sobre a evolução desses predadores marinhos.
Os C. hastalis atingiam até 7 metros de comprimento e possuíam dentes de 8,9 centímetros, especialmente adaptados para rasgar carne. Evidências sugerem que eles habitaram o sul do Oceano Pacífico entre 23 e 2,6 milhões de anos atrás.
Segundo o portal Galileu, o fóssil inclui uma mandíbula enorme, com fileiras de dentes afiados, além de parte do estômago, onde foram encontrados restos de sardinhas. Essa descoberta aponta para uma dieta baseada em peixes pequenos e oleosos, oferecendo pistas sobre o comportamento e o estilo de vida desses antigos tubarões.
Fósseis completos de tubarão são raros no mundo, conforme destacou Mario Urbina, um dos paleontólogos envolvidos no projeto, à Reuters. Fragmentos de C. hastalis já haviam sido encontrados em outras partes do mundo, mas este espécime fornece uma visão única sobre a espécie.
Embora as razões exatas para a extinção do C. hastalis permaneçam incertas, sabe-se que ele desempenhou um papel importante na evolução dos tubarões modernos. Sua extinção, ocorrida há cerca de 1 milhão de anos, marcou o fim de uma era.
