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O Tesouro de Melsonby, um vasto depósito de mais de 800 itens, conta com uma cápsula do tempo arqueológica da Idade do Ferro, com cerca de 2.000 anos
O Tesouro de Melsonby, um vasto depósito de mais de 800 itens, oferece uma cápsula do tempo arqueológica da Idade do Ferro, com cerca de 2.000 anos.
A avaliação inicial indica que os objetos foram enterrados no primeiro século d.C., durante a conquista romana do sul da Grã-Bretanha sob o comando do imperador Cláudio. Eles provavelmente estão associados à tribo dos Brigantes, que dominava o norte da Inglaterra.
Descoberto em dezembro de 2021 pelo detectorista Peter Heads em um campo próximo à vila de Melsonby, North Yorkshire, o achado foi escavado em 2022 por uma equipe de arqueólogos da Universidade de Durham, com o apoio do Museu Britânico e financiamento de mais de £120.000 (cerca de R$880 mil) da Historic England.
Conforme conta o comunicado divulgado pela universidade, o tesouro está avaliado em £254.000 (cerca de R$1.800.000) e o Museu de Yorkshire lançou uma campanha de arrecadação para garantir sua preservação nacional.
Entre os itens, destacam-se componentes de veículos – como os restos parciais de mais de sete carroças de quatro rodas ou carros de duas rodas –, arreios elaborados para pelo menos 14 pôneis, 3 lanças cerimoniais e 2 caldeirões ornamentados (um dos quais possivelmente usado como tigela para misturar vinho).
Algumas peças de arreio exibem detalhes impressionantes, com corais vermelhos do Mediterrâneo e vidro colorido, evidenciando uma qualidade acima do usual para a época.
A descoberta lança nova luz sobre a expressão de riqueza, status, comércio e mobilidade das tribos da Idade do Ferro. Especialistas sugerem que muitos dos objetos de alto status podem ter pertencido a um indivíduo que fazia parte de uma rede de elites que se estendia por toda a Grã-Bretanha, Europa e até o mundo romano.
A presença de itens queimados ou quebrados, possivelmente resultado de uma pira funerária simbólica, reforça a ideia de que os proprietários buscavam demonstrar poder e prestígio, afirmaram os pesquisadores em nota.
No caso do Tesouro de Melsonby, a destruição deliberada de tantos artefatos sugere que a queima não serviu apenas para a eliminação física dos objetos, mas pode ter desempenhado um papel ritualístico, marcando a importância do indivíduo ou da comunidade que os enterrou.
Esse tipo de prática era comum em algumas sociedades da Idade do Ferro, nas quais a ostentação da riqueza, mesmo por meio de sua destruição, reforçava a posição social de elites e guerreiros.
Além disso, segundo Tom Moore, chefe do Departamento de Arqueologia da Universidade de Durham, a a evidência inédita de carroças de quatro rodas, possivelmente inspiradas em modelos da Europa continental, desafia a visão tradicional de que o norte era empobrecido em comparação com o sul da Grã-Bretanha.
Isso mostra que indivíduos lá tinham a mesma qualidade de materiais, riqueza, status e redes que as pessoas do sul. Eles desafiam nossa forma de pensar e mostram que o norte definitivamente não era uma região isolada”, destacou Moore ao The Guardian.
A proximidade do tesouro com o grande cercado da Idade do Ferro em Stanwick também é considerada crucial para compreender as conexões e a interconectividade das comunidades da época, conforme conta o comunicado.
Para garantir a preservação e o estudo detalhado do tesouro, técnicas de escaneamento por tomografia computadorizada (CT) de última geração, realizadas no Centro de Imagens μ-VIS da Universidade de Southampton, foram empregadas para mapear a disposição dos objetos e facilitar a escavação sem danos.